A
primeira vez que eu ouvi falar de Trancoso tinha 16 anos. Na época meu pai
tinha uma empresa de engenharia de telecomunicações que começou a entrar em
crise. A área de atuação dele não estava num momento muito bom no Rio e ele
decidiu que ainda não era hora de desistir e foi virar o jogo por outras
bandas.
Na
época meus pais ainda eram casados e a gente formava uma família feliz, sempre grudados. Então foi difícil passar quase um ano morando longe do meu
pai, que eu só pude visitar uma vez na Bahia, mais especificamente, em Porto
Seguro.
Nessa
viagem ele falou sobre Arraial da Ajuda, que eu já conhecia bastante de nome –
era moda entre os adolescentes de Niterói/Rio passar o carnaval lá – e sobre
uma tal de Trancoso. Não tivemos tempo de ir até a vila nessa viagem de família,
mas eu sempre fui curiosa com relação ao lugar, que mais tarde ganhou a mídia e
se tornou reduto dos paulistanos endinheirados.
Quase
duas décadas depois, no carnaval deste ano, finalmente bilhetamos por milhas da
Tam nossas passagens rumo a Porto Seguro, de onde pegamos uma balsa para
Arraial da Ajuda, e de lá seguimos de ônibus para o destino final: a linda e
tranquila vila de Trancoso.
Foi
uma viagem maravilhosa, principalmente para um casal que não é muito de
agitação. A cidade estava cheia na medida certa, as praias são bonitas e com
uma cor bem clarinha (nada de mar meio escuro como eu estava esperando). Há
muitos restaurantes e pousadas bacanas. Mas o que eu mais gostei foi o Quadrado
e sua igrejinha de São João Batista.
Imagino
que para muita gente essa praça não tenha nada demais. Mas eu simplesmente amei
aquelas casinhas coloridas, os restaurantes com mesas sob as árvores, a
iluminação romântica à noite e o melhor: aquela igreja fofa no alto de uma
falésia, com um mirante ao fundo.
Como
nós costumamos fazer quando viajamos durante o carnaval, tiramos aqueles poucos
dias para descansar, então não estivemos nas praias mais afastadas (Arraial,
Caraíva, Espelho...). Logicamente não alugamos carro e ficamos por ali mesmo,
fazendo tudo a pé.
Durante
todo o feriado curtimos as praias dos Nativos, dos Coqueiros e de Rio Verde. A
gente seguia em direção ao Quadrado e lá descia por um caminho à direita da
Igreja. Passávamos por um mangue e em alguns minutos chegávamos à praia.
Hospedagem:
Minha
ideia era reservar um quarto na Pousada Capim Santo, mas o preço inflacionado
do feriado e as despesas com outras prioridades me fizeram desistir. Reservamos
então a Pousada Raízes do Brasil (cerca de 1.000 reais mais barata do que a
Capim Santo para o período), de um jovem casal mineiro simpático e prestativo.
A
Raízes tem boa localização (perto do Quadrado), gostoso café da manhã, área
externa agradável e receptividade gentil por parte do staff. Mas, se você
procura um lugar que ofereça um melhor serviço, com instalações mais renovadas
e confortáveis sugiro procurar outra pousada.
Restaurantes:
Um
pouquinho chateada por não ter ficado na pousada que a gente sonhava há tempos,
nos reservamos ao direito de ir jantar no Restaurante
Capim Santo por duas noites. A comida é maravilhosa - além dos pratos principais, destaque para os pasteis de queijo coalho, os sucos e o brigadeiro de capim santo - e o preço é justo. O
melhor de Trancoso, sem dúvidas!
Também
estivemos no Restaurante El Gordo,
da pousada de mesmo nome. A comida estava gostosa, as entradinhas era boas, o
lugar é bonito, mas sinceramente, pratos individuais por cerca de 80 reais (o
bacalhau, também individual e carro chefe da casa, passa dos 100) são para
poucos. Sou pão dura com muitas coisas nessa vida, exceto com viagens e
restaurantes, mas de verdade achei o preço muito alto.
Há grandes
barracas servindo bebidas e comida baiana na praia. Seguindo dicas de colegas
blogueiros almoçamos duas vezes na Barraca
do Jonas (carne de sol e peixe frito) e uma vez na Cabana da Lúcia (peixe grelhado). Tudo muito gostoso nas duas
opções.
Outro
lugar bacana onde comer foi uma creperia (sorry, não encontro o nome), inaugurada
há pouco tempo e situada bem pertinho do Quadrado. Os crepes ali são preparados
com uma farinha especial por uma francesa legítima (preço bom). Também fomos ao
Silvana & Cia, mas só comemos
petiscos por lá, então não tenho o que falar muito da comida em si. O serviço
foi bom e o ambiente, com vista para a as casinhas coloridas e a Igreja, vale
muito à pena.
Minhas impressões:
Ponto
negativo: Os altos preços cobrados nas lojas e restaurantes. Prepare o bolso,
pois nada lá sai barato! Até uma peça de artesanato, elaborada com garrafa pet,
custava os olhos da cara.
Ponto
positivo: Para quem deseja descanso e tranquilidade, Trancoso é o lugar certo.
Boa comida também é outra característica da cidade. As praias são ótimas para
banho e o visual no todo não decepciona em nada.
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